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© sem papas na língua

neste blogue digo o que fica por dizer nos outros lugares.

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26.12.20

as papas da tristeza

Ana a Abelha

há dois dias no ano que me proporcionam uma imensa felicidade durante a expectativa mas, quando chega o dia, acordo triste. são o meu aniversário e a consoada. só quero passar esses dias na cama. quando estou com as pessoas que estimo e que me proporcionam momentos especiais, ou ao telefone, acho que parece que estou extasiante de alegria. porque lhes estou grata, por tudo o que preparam com amor, por estarem felizes por mim, pelo esforço que muitas vezes têm de fazer para estarem presentes. se estivesse sozinha não conseguia sair de casa e ficaria ainda pior. a minha mãe não consegue entender que eu preciso dela. está farta, quer que eu fique saudável à força e nega-me o que só me pode dar em vida: apoio humanitário. afinal, os meus pais são mais parecidos do que eles querem ver.

23.12.20

nem a máscara serviu de disfarce

Ana a Abelha

estava no Centro de Saúde à espera da minha enfermeira quando, na mesma sala, estava uma senhora nos seus sessenta anos a dizer para com os seus botões: devia ter ido ao carro deixar as compras, agora é uma canseira. dizia isto sempre que havia alguém novo na sala. mas ninguém estava interessado. ela deverá ter bichos carpinteiros pois resolveu abrir o pacote dos rolos de papel higiénico e começar a amassá-los nos restantes sacos que já de si estavam a abarrotar. eram vinte e quatro rolos à solta e tão bem que eles tinham estado protegidos na embalagem. ela lá esteve a empurrar rolos por todas as nesgas nos outros sacos. era hilariante, eu estava quase a desmanchar-me a rir. de repente, soltei uma gargalhada e desatei a tossir para disfarçar. ela sorriu-me e voltou à ladaínha, mas eu não estava de todo interessada no assunto. excepto nos rolos de papel higiénico espremidos por todos os sacos.

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